11/07/2008

a noite muito louca da pesada do barulho...

... (ou degusta como le gusta na maison mizuno)

Ontem rolou outra degustação. O título extravagante é para combinar com a primeira descrição que me veio à cabeça: "era uma vez a bruxa de blair, mickey mouse e um chef de 12 anos nas intermináveis geleiras abissais da maison mizuno...".

E acredite-me, faria todo sentido.

A história começou com um marca-desmarca-remarca. A degustação estava prevista para dia 02 de julho, depois para dia 1º e na manhã desse mesmo dia desmarcada, ficando adiada para dia 9, uma quarta-feira. Coisas de local e disponibilidade. Lindinha veio para cá para um crepe-galore (que agora é minha quinta especialidade culinária, ficando logo atrás da minha macarronada ao molho de calabreza, bife/batatas/quibes/almôndegas/risoles fritos, salada genérica, abrir lata de atum e pedir pizza pelo telefone) e combinamos de sair cedo para não pegar trânsito na EPTG.

Regra número 1: Brasília em julho é fria pra cacete e a cada ano fica mais fria. Se pretende ir até o Setor de Mansões do Cafundó-Buraco-Way-Onde-Judas-Perdeu-As-Meias-Virando-À-Direita (ou arredores), leve um agasalho. Ou casaco. Ou ambos. E luvas e cachecol. E olha que sou *eu* (a pessoa mais calorenta do mundo) que estou falando.

Chegamos lá muito cedo, o que garantiu algumas horas de morgação antes do jantar ser servido. A degustação foi multi-disciplinar, com representantes de doceiras, banda e fotógrafo, além do buffet em questão (Daisy Gomes Buffet). Foi uma noite interessante e um tanto peculiar, com saldo positivíssimo, a despeito da irregularidade dos vários itens apresentados.

Para começar, a Maison Mizuno em questão. O conjunto é bem 75% - sabe aquele lugar cheio de boas idéias, mas que parece que nenhuma delas foi concretizada direito, e aí o resultado final fica com gosto de esperava mais? Pois é. A entrada do local já é meio mal cuidada: uma pista de paralelepípedos (olhaí, Drica, você já ia gostar: uma estrada de proparoxítonas) que poderia ser bacana mas morreu nas laterais de grama seca e mal cuidada e na falta de uma iluminação decente. Claro, o terreno ao lado da pista é público, mas aqui a questão não é a obrigação de cuidar dele, e sim o interesse em fazê-lo, pela boa impressão do empreendimento.

Chegando à estrutura principal, vê-se uma casa ao lado - casa de morador mesmo, com cachorro latindo e bandeira do Brasil na janela. Ok - qual o ponto de fazer as pessoas rodarem um tempão até um lugar "exclusivo", se no mesmo terreno há duas residências que tiram a privacidade e a exclusividade do lugar?

Passando a entrada, uma descida um tanto íngreme leva até a área principal. Me questiono se tias e avós com pouca firmeza no passo ou convidadas bêbadas de salto agulha sobreviveriam àquela descida, mas aí o problema já não é meu (a primeira vantagem que encontrei em só ter 15% de participação :)

Chegando lá embaixo (e passando por mais um pacote casa-crianças-cachorro) chega-se a uma piscina com uma pontezinha meio nada-a-ver sob um teto com toldo que poderia ter sido melhor escolhido. À direita, um salão de tamanho razoável e mais adiante um gramado espaçoso, que aparece no site decorado para uma cerimônia. Outro detalhe meia-boca: uma bela ponte rústica sobre um laguinho abastecido por... um cano de PVC jorrando água. Putz. Custava cobrir? Tira toda a graça.

O resto do ambiente (salão de festas e lounge) era O.K., mas nada mais que isso. Uma bonita vista de mata atrás do salão principal deu um toque legal mas atraiu convidados inusitados, como uma ratazana que ficou rondando por ali.

E o lugar é muito, muito, muito, muito, muito frio. Caímos na besteira de ficar em uma mesa logo ao lado da piscina, o que deu a sensação de estarmos encostados literalmente numa parede de gelo. Felizmente isso foi compensado pela simpática dupla que sentou à mesa conosco e garantiu boas horas de conversa durante a noite.

A banda também deixou a desejar. É daquelas "bandas-que-gritam" e tinham um quê meio bregão, e ultimamente eu tenho evitado incentivar esse tipo de cultura

As partes legais: o buffet que organizou a degustação é espetacular. Conhecemos o chef e vocês jurariam que ele não tem mais do que 12 anos, todos eles passados dentro da cozinha, provavelmente, a julgar pelo cardápio oferecido - uma mistura de fusion e finger food com algumas sacadas bem legais, como mini-ceasar-salads servidas em tartaletes e uns tomatinhos-cereja com creme de palmito. O jantar em si também foi bem legal, deixando-os em primeiro lugar na minha lista de 15%

O pessoal do cerimonial também agradou muito: simpáticos e amigáveis sem soarem interesseiros. Mas a cereja do bolo foi o serviço de fotografia, que além de ter um preço bem razoável, ofereceu uma alternativa pra lá de legal para ceder as fotos em alta resolução - pedir aos noivos que doem 4 cestas básicas.

Nomes, endereços e telefones, obviamente não guardei nenhuma. Lindinha saiu de lá cheia de folhetos, cartões e informações. Mas vou te contar: esse negócio de organizar o próprio casamento está me saindo mais divertido do que eu tinha imaginado :)

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