04/08/2008

a terrível - e inevitável - hora do buffet

Uma coisa eu pude perceber: degustação nunca começa na hora. De repente não era para começar mesmo - a coisa toda deveria ser feita num mood relax, para se aproveitar a qualidade do serviço, a aparência e o sabor dos alimentos e a dinâmica de cada buffet (até porque aparentemente é o único momento em que isso acontece, já que no dia do casório os noivos mal têm tempo de respirar).

E o engraçado é que em geral, há razão para tudo seguir os horários - muitas vezes as degustações são feitas poucas horas antes de um casamento. O que aliás, me leva à minha segunda constatação: pagar um buffet para um evento seu significa invariavelmente pagar também para outros degustarem (embora eles jurem que não é dessa cota que vem a degustação). O que não é necessariamente ruim, já que nós mesmo comemos às custas dos eventos dos outros antes de contratar os serviços. Então fica meio naquela lógica de trote de faculdade: você leva no 1º semestre e depois se diverte aplicando nos outros pelos 7 ou 9 semestres seguintes.

Mas cortando a divagação e voltando ao assunto: tendo ou não motivos para começar na hora, nenhum da degustações a que fomos foi pontual. Então sempre rola aquela espera, cujo gelo ocasionalmente é quebrado com conversas sobre amenidades de outros casais presentes.

E nessa hora percebe-se que esse mundo de casamento e eventos é uma realidade alternativa, um mundo à parte no qual as pessoas falam um jargão próprio que inclui tópicos que possivelmente você nunca ouviu antes: suplás, mesas de demolição (trágico isso, não?), ilhas, empratados, ganache, pasta americana, maquetes. É um lance meio louco, mas ao qual rapidamente se acostuma porque nessas ocasiões não se fala sobre outra coisa.

Desde o último post fomos a umas quatro degustações (a Lindinha foi a mais, depois que não pude acompanhá-lha com a volta às aulas). E vou te contar: é complicado decidir essas coisas. Sempre há um quê, algo que faz diferença, um senão. Na verdade achei mais fácil eliminar opções da lista do que decidir por este ou aquele.

Preço sempre é um diferencial. Depois de tantos orçamentos, descobrimos que a faixa entre R$ 35,00 e R$ 38,00 é bem razoável, mas isso varia muito de fornecedor e do que está incluso em cada opção.

Há também a regularidade das opções e da qualidade. Fomos a um na asa norte há cerca de um mês. Degustação pequena - sete pessoas e a dona. Bons folheados, mas micro-porções servidas muito rapidamente e poucas opções. Depois, dois buffets diferentes em um espaço de eventos em Taguatinga. Um deles bem intencionado, bons garçons e tal, mas com 30% de coisas bem legais e o resto fraco, mediano ou pouco imaginativo. O outro, foi bem ruinzinho: todos canapés que tinham queijos, cremes ou pastas eram totalmente sem gosto (você consegue imaginar um canapé em que a ricota é o sabor dominante? pois é) e o jantar em si era O.K. - do tipo de O.K. "fui no restaurante do bairro e eles têm um molho madeira legal".

Entre um e outro fomos a uma degustação na asa sul que foi altíssimo nível - pratos diferentes, sabores inusitados, muita opção, um cuidado especial com as vasilhas onde tudo era servido - mas no fim das contas o cardápio soou refinado demais - do tipo que assusta as pessoas pelo tom exótico. E ficar de pé a noite toda foi meio sacal, também.

Enfim. Opções, opções... Acho que ainda muito o que olhar daqui para ano que vem. Tou começando a achar que a idéia de fugir para Las Vegas e casar numa capela Elvis/Área 51 não é assim tão má idéia...